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quarta-feira, abril 05, 2017

Filme de Kléber Mendonça Filho indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes. Estrelado por Sônia Braga, Humberto Carrão, Irandhir Santos e Maeve Jinkings.




O edifício Oceania, às margens da praia de Boa Viagem, é símbolo de uma parte da história do Recife determinada a resistir à destruição de sua identidade cultural em prol dos chamados avanços do progresso e da modernidade. As orlas das capitais costeiras, comumente tidas como terrenos hipervalorizados, assistiram, ao longo do tempo, suas casas e seus prédios serem substituídos por suntuosos condomínios de luxo. O diretor Kleber Mendonça Filho utilizou esse baluarte da memória de sua terra natal como o verdadeiro protagonista de seu mais recente trabalho. Indicado à prestigiada Palma de Ouro no Festival de Cannes e vencedor de 20 láureas nacionais e internacionais, o filme traz no elenco Sônia Braga, Humberto Carrão, Irandhir Santos e Maeve Jinkings.

A fita é dividida em três capítulos. De início, o roteiro leva o espectador ao Recife dos anos 1980. Na sala do apartamento com vista para o mar de Boa Viagem é realizada uma festa em comemoração aos 70 anos de Tia Lúcia (Thaia Perez). Reunida, a família bebe, come e dança em uma celebração alegre. A música é brevemente cessada para possibilitar um momento de honras. As crianças leem uma carta em homenagem à aniversariante, que propõe, posteriormente, um brinde à situação. Após a saudação coletiva, Adalberto (Daniel Porpino) faz um discurso em tributo à esposa, Clara (Bárbara Cohen), em reabilitação de um câncer de mama – o primeiro ato leva o nome de “O Cabelo de Clara” em referência as madeixas curtas da protagonista, recuperando-se da calvície, efeito colateral do agressivo tratamento à doença.

A trama salta da década de 1980 para o presente, sob o título de “O Amor de Clara”. A jornalista e escritora (agora vivida por Sônia Braga) é viúva há quase 10 anos e mora sozinha no mesmo apartamento da festa. A residência ainda guarda os antigos traços da decoração de tempos anteriores, com estantes repletas de livros e discos de vinil, mas ela está sozinha não apenas em casa, mas também no prédio. Seus vizinhos cederam ao assédio da Construtora Bonfim, representada por Diego (Humberto Carrão) e Geraldo (Fernando Teixeira), interessada em comprar todos os aposentos para demolir o edifício e construir um projeto mais moderno, de acordo com o padrão luxuoso dos imóveis da orla. A única remanescente se recusa a aceitar a oferta dos engenheiros, e mesmo com a insistência da empreiteira, nem ao menos topa ouvir uma proposta.

A câmera acompanha o cotidiano da protagonista propondo questionamentos políticos e sociais a cada atividade de seu dia. A jornalista parece flertar com o salva-vidas Roberval (Irandhir Santos) em suas idas à praia. Ao lado das amigas em uma noitada, a direção discorre sobre a dificuldade para retomar a vida amorosa aos 65 anos, e o tabu relacionado à nudez e sexualidade de uma mulher submetida a uma mastectomia. A construtora mostra a inescrupulosa pressão das grandes empresas despreocupadas com a manutenção de uma tradição em prol do lucro possível em um imóvel de luxo. Há ainda os problemas familiares, focados principalmente no relacionamento conturbado com a única filha, Ana Paula (Maeve Jinkings), e uma breve crítica ao universo de traficantes de drogas oriundos da elite de uma grande cidade.

Informações tiradas do site do Canal Brasil 

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